A série liásica é essencialmente formada bancadas centimétricas de calcários argilo-margosos, alternantes com níveis decimétricos de margas cinzento-esverdeadas, por vezes micáceas e laminares; mas ocorrem, também xistos argilosos betuminosos, negros, níveis “grumosos” com especial interesse tafonómico, no Toarciano, frequentes intercalações siliciclásticas lenticulares (arenitos calcários/calcários areníticos, microconglomerados arcósicos, margas silto-areníticas). O conteúdo fossílifero é abundante, embora diminuindo progressivamente para o topo; é constituído, sobretudo, por braquiópodes, belemnóides, amonóides, lamelibrânquios e gastrópodes, frequentemente piritizados, bem como por diversos icnofósseis. De modo geral, para a parte superior aumentam a frequência e espessura dos níveis calcários face aos níveis margosos, desaparecendo os últimos para o topo. Os calcários da parte superior (Remédios – Cabo Carvoeiro) são, também, bastante diferentes e abrangem já, provavelmente, a base do Dogger: trata-se de calcários bioclásticos, oolíticos e areníticos, equinóides, lamelibrânquios, coraliários e icnofósseis.
Existem excelentes exemplos de estratificação entrecruzada planar e de estruturas de canal. A maior parte da série reflecte deposição hemipelágica, em meio marinho externo bastante profundo, com oxigenação variável, muitas vezes reduzida e, mesmo, episódios anóxicos, passando gradualmente para o topo o ambiente marinho externo de menor profundidade.
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