Para que se dê a fossilização é necessário que o organismo fique rapidamente ao abrigo dos agentes de erosão, o que acontece quando este ou algumas das suas partes constituintes ou os seus restos são rapidamente cobertos por sedimentos. Este processo desenvolve-se em quatro fases:
1 - Quando morreram os animais depositaram-se no fundo do mar sendo rapidamente cobertos por sedimentos;
2 - Ao ficarem incorporados nos sedimentos sofreram os mesmos fenómenos de diagénese e metamorfismo, fossilizando;
3 - As rochas onde os fósseis se encontram incorporados sofrem modificações que fazem elevar alguns estratos;
4 - Os fósseis, devido à erosão ou a outros factores aparecem a superfície alguns milhões de anos mais tarde.
Moldagem
As partes duras dos organismos vão desaparecendo deixando nas rochas as suas marcas (impressões), ou seja, o organismo é destruído mas o molde persiste.
Existem dois tipos principais de moldes: o externo, em que a concha fica imprimida nos sedimentos sendo posteriormente removida; e o interno, em que os sedimentos cobrem a concha que depois é removida ficando apenas o molde da superfície interna.
As partes duras dos organismos tais como ossos, conchas desaparecem ficando no lugar deles minerais. São transportados em águas subterrâneas. Os troncos das árvores são bons exemplos deste tipo de fossilização.
O organismo está apenas representado por vestígios da sua actividade (locomotora, nutritiva, reprodutora, …)
Tipos de Fósseis
Os fósseis não têm todos a mesma importância nos estudos geológicos. Uns são indispensáveis para datar acontecimentos a escala mundial, outros para definir ambientes de sedimentação. Por isso, eles foram classificados em dois tipos, de acordo com a sua importância geológica:
Fósseis de idade: Quanto menor tiver sido o tempo em que uma dada espécie existiu, mais fácil se torna definir a idade dos sedimentos onde está incorporada. Assim, os melhores fósseis de idade são aqueles que resultam de organismos que viveram durante um curto período da história da Terra. O facto de uma dada espécie ter existido num curto período de tempo permite datá-la com uma certa precisão e consequentemente os sedimentos onde ficou preservada. São por este motivo chamados fósseis de idade. Portanto, se uma espécie existiu apenas num período de um milhão de anos, sabemos que os sedimentos onde esses fósseis foram preservados também tiveram que ter sido formados nesse mesmo período de tempo.
Princípio da sobreposição
Segundo este princípio, os sedimentos mais antigos tem que ficar por baixo dos mais recentes. Assim, numa série normal, qualquer camada é mais moderna do que a que lhe serve de base e mais antiga do que a que lhe fica por cima. Este princípio não se aplica a camadas que estejam deformadas ou invertidas, pois essa deformação deu-se posteriormente à sua formação.
Existem algumas excepções a este princípio. As rochas sedimentares podem sofrer processos de erosão, dobramento e intrusão, que não vão respeitar este princípio.
Princípio da continuidade
Em diferentes pontos da Terra pode haver a mesma sequência estratigráfica, mesmo faltando um elemento tem a mesma idade, ou seja, é a correlação entre estratos distanciados lateralmente.
A atribuição de uma idade relativa a um estrato (ou a um conjunto de estratos) e a comparação de ambientes de sedimentação só se tornou possível a partir do século XIX, quando William Smith enunciou o princípio da identidade paleontológica, onde mencionava “se os estratos possuírem os mesmos fósseis, então formaram-se mais ou menos ao mesmo tempo e em áreas com ambientes semelhantes”.
É com base neste princípio que se procura estudar aprofundada mente a história da Terra.
Sempre que uma estrutura é intersectada por outra a que intersecta é mais recente. O estrato que apresenta a inclusão é mais recente que os fragmentos do estrato incluído.
Princípio da horizontalidade
Os sedimentos depositam-se em camadas horizontais, pelo que, qualquer fenómeno que altere essa horizontalidade é sempre posterior à sedimentação.
Princípio das causas actuais
As causas que provocaram determinados fenómenos são idênticas às que provocaram os mesmos fenómenos no presente.
Grupos de fósseis
Esponjas - animais aquáticos com esqueletos de calcite ou de sílica, as suas formas lembram mais as plantas que os animais. Nível: Câmbrico – actualidade
Corais – com formas muito variáveis e esqueleto calcário, formam recifes em águas marinhas tropicais. Nível: Ordovícico - actualidade
Braquiópodes - animais marinhos, apresentam duas conchas calcárias (ou quitinizadas) assimétricas. Uma delas (valva branquial) apresenta um orifício por onde sai o pedúnculo. Nível: Câmbrico - actualidade
Moluscos - grupo de invertebrados de uma diversidade extraordinária, incluindo poliplacóforos (quítones), gastrópodes (lesmas e caracóis), bivalves e cefalópodes (lulas, polvos, nautilos e fósseis de amonites e belemnites). Quase todos possuem uma concha calcária de carbonato de cálcio (com excepção de alguns gastrópodes - as lesmas - e alguns cefalópodes - os polvos).
O corpo (partes moles) raramente se conserva no processo de fossilização, sendo as conchas o material que geralmente se utiliza na sua classificação.
São marinhos na sua maioria, exceptuando alguns bivalves raros e gastrópodes de água doce, assim como alguns gastrópodes terrestres - os pulmonados (caracóis vulgares).
Bivalves - apresentam duas valvas semelhantes, geralmente dispostas lado a lado (excepto as ostras e os rudistas). São marinhos. Nível: Câmbrico - actualidade
Gastrópodes - possuem uma concha única enrolada em espiral e não compartimentada. São marinhos ou terrestres. Nível: Câmbrico -actualidade.
Nautilóides – moluscos cefalópodes marinhos que possuem conchas calcárias enroladas em espiral ou rectilíneas, divididas em câmaras por tabiques. Os tabiques encontram-se ligados por um sifão. Nível: Câmbrico - actualidade.
Amonóides - moluscos cefalópodes marinhos semelhantes aos Nautilóides, mas cujo sifão tem posição ventral. Os tabiques originam uma estrutura complexa de suturas. Nível: Devónico - Cretácico.
Coleóides - moluscos cefalópodes marinhos que apresentam um rostro calcário robusto em forma de bala. Nível: Jurássico - Cretácico.
Equinodermes - grupo de invertebrados marinhos que possuem, geralmente, um esqueleto dérmico calcário, usualmente com espinhos, conservando-se no registo fóssil com relativa facilidade. Regra geral têm simetria pentarradiada. Os seus representantes actuais mais comuns, são os ouriços-do-mar (equinóides), as estrelas-do-mar (asteróides) e os lírios-do-mar (crinóides).
Crinóides - geralmente conhecidos como Lírios-do-mar, vivem nos fundos marinhos aos quais se fixam por um pé flexível - o pedúnculo. Este dissocia-se após a morte do indivíduo, sendo frequentes os seus restos. É notória a simetria pentarradiada. Nível: Câmbrico - actualidade.
Equinóides - vulgarmente conhecidos como ouriços-do-mar, possuem concha rígida globosa, formada por placas calcárias, coberta por espinhos. Têm cinco partes bem definidas, podendo apresentar simetria bilateral ou pentarradiada. Nível: Ordovícico-actualidade.
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