segunda-feira, 29 de março de 2010

Descoberto primeiro fóssil de tiranossauro no hemisfério sul

Fig1.Esqueleto de um tiranossauro em exposição nos Estados Unidos
WASHINGTON — A descoberta, pela primeira vez no hemisfério sul, de um fóssil de tiranossauro, lança uma nova luz sobre a evolução desse dinossauro, que pensava-se que vivesse exclusivamente no hemifério norte, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
Um osso do quadril deste animal, com 30 centímetros, foi descoberto na Dinosaur Cove, em Victoria, sudeste da Austrália, um sítio geológico que remonta pelo menos a 105 milhões de anos.
"O osso, sem dúvida, pertencia a um tiranossauro, já que estes dinossauros carnívoros têm quadris muito específicos e reconhecíveis", disse Roger Benson, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, um dos autores deste estudo publicado na edição desta sexta-feira da revista Science.
"Esta descoberta é muito interessante porque anteriormente só foram encontrados fósseis de tiranossauros no hemisfério norte, o que levou os paleontólogos a pensar que nunca haviam conseguido chegar ao sul", acrescentou.
"Embora tenhamos um único osso, ele prova que há 110 milhões de anos, pequenos tiranossauros como este poderiam ter vivivo em qualquer parte do planeta", disse Benson.
"Esta descoberta demonstra que os tiranossauros chegaram ao hemisfério sul no princípio de sua evolução e que poderiam ser encontrados outros fósseis na África, na América do Sul e na Índia", observou, por sua vez, Paul Barrett, paleontólogo do Museu de História Natural de Londres.
Os ossos fossilizados encontrados na Austrália pertenceram a um tiranossauro de três metros de comprimento e 80 quilos. O animal devia ter cabeça grande e braços curtos, caraterísticas próprias destes dinossauros.
O novo espécime, chamado "NMV P186069", era muito menor que os seus descendentes, os enormes Tiranosaurios Rex, com 12 metros de comprimento e quatro toneladas de peso, que dominaram o ecossistema há 70 milhões de anos até o fim do período Cretáceo, que começou há 145,5 milhões de anos e terminou há 65,5 milhões de anos.
Seu pequeno ancestral australiano viveu 40 milhões de anos antes, em uma época em que o único continente terrestre, conhecido como Pangea, começou a se fragmentar para dar lugar, gradativamente, ao atual mapa-múndi.
Este pequeno tiranossauro vem de um tempo em que América do Sul, África, Antártida e Austrália já tinham se separado dos continentes do norte, mas ainda formavam um bloco entre eles.
"Ainda nos resta saber mais sobre estes primeiros tiranossauros e porque foram extintos, dando lugar apenas aos gigantescos T. Rex"-disse Benson.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O fóssil impossível: Polvo do Cretácico, com tinta e ventosas



Novos descobrimentos de fósseis com 95 milhões de anos, demonstram que a origem dos modernos polvos é muito anterior ao que se pensava. Estes fósseis são muito pouco frequentes, uma vez que as possibilidades de que o corpo do polvo, uma vez morto, dure o suficiente como para que fossilize são muito remotas, devido às características naturais do corpo.






Os polvos , animal bem conhecido, não possuem esqueleto interno bem desenvolvido, o que lhes permite deslizar-se por espaços que um vertebrado não poderia. Mas é isto mesmo o que praticamente impede a fossilização do seu corpo, e o que faz muito mais difíceis as investigações evolutivas sobre os mesmos.






O seu corpo está composto praticamente na sua totalidade pela pele e os músculos, pelo que quando morre se degrada rapidamente, convertendo-se numa massa gelatinosa da que em poucos dias não ficará absolutamente nada, mesmo sem contar com os animais que comem os corpos mortos. De facto, nenhuma de entre as 200 e 300 espécies de polvos que se conhecem foi encontrada fossilizada. Até agora.




Um grupo de paleontólogos identificou recentemente três novas espécies de polvo fósseis, descobertas em rochas do Cretácio no Líbano. As cinco amostras, que se descrevem no último número da revista Palaeontology, têm 95 milhões de anos, mas, surpreendentemente, preservam os seus oito tentáculos, com pegadas dos músculos e as características filas de ventosas. Inclusive algumas amostras apresentam os rastos da tinta e das brânquias internas. Estes são fósseis sensacionais, extraordinariamente bem conservados, afirma Dirk Fuchs da Universidade Freie de Berlim, autor principal do relatório. Mas o que mais surpreendeu aos científicos é as semelhanças que há entre estes fósseis e os exemplares modernos: Estas coisas têm 95 milhões de anos, e no entanto um dos fósseis é quase indistinguível de espécies vivas.

Isto proporciona importante informação evolutiva. Os parentes mais primitivos dos polvos tinham barbatanas carnudas ao longo dos seus corpos. Os novos fósseis estão tão bem conservados que se verifica que, tal como os actuais polvos, não tinham essas estruturas. Isto empurra as origens do polvo moderno umas dezenas de milhões de anos para trás, e mesmo isto sendo cientificamente importante, tal vez o mais notável em relação a estes fósseis é que, simplesmente, existem.





quarta-feira, 24 de março de 2010

Fósseis

Fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres vivos em rochas, como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registo fóssil. A palavra fóssil deriva do termo latino fossilis que significa "ser desenterrado". A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia. A fossilização raramente ocorre porque a matéria orgânica dos seres vivos tende a ser rapidamente decomposta. Logo, para que um organismo seja fossilizado, os restos devem ser cobertos por sedimentos o mais rápido possível. Existem diferentes tipos de fósseis e diferentes processos de fossilização.


Como se dá a Fossilização ?

Para que se dê a fossilização é necessário que o organismo fique rapidamente ao abrigo dos agentes de erosão, o que acontece quando este ou algumas das suas partes constituintes ou os seus restos são rapidamente cobertos por sedimentos. Este processo desenvolve-se em quatro fases:


1 - Quando morreram os animais depositaram-se no fundo do mar sendo rapidamente cobertos por sedimentos;

2 - Ao ficarem incorporados nos sedimentos sofreram os mesmos fenómenos de diagénese e metamorfismo, fossilizando;

3 - As rochas onde os fósseis se encontram incorporados sofrem modificações que fazem elevar alguns estratos;

4 - Os fósseis, devido à erosão ou a outros factores aparecem a superfície alguns milhões de anos mais tarde.


Tipos de Fossilização


Moldagem

As partes duras dos organismos vão desaparecendo deixando nas rochas as suas marcas (impressões), ou seja, o organismo é destruído mas o molde persiste.
Existem dois tipos principais de moldes: o externo, em que a concha fica imprimida nos sedimentos sendo posteriormente removida; e o interno, em que os sedimentos cobrem a concha que depois é removida ficando apenas o molde da superfície interna.












Mumificação
Os restos dos organismos preservam-se total ou parcialmente, normalmente em materiais como o âmbar, o gelo, e resina fóssil.












Mineralização

As partes duras dos organismos tais como ossos, conchas desaparecem ficando no lugar deles minerais. São transportados em águas subterrâneas. Os troncos das árvores são bons exemplos deste tipo de fossilização.









Marcas fósseis

O organismo está apenas representado por vestígios da sua actividade (locomotora, nutritiva, reprodutora, …)














Tipos de Fósseis

Os fósseis não têm todos a mesma importância nos estudos geológicos. Uns são indispensáveis para datar acontecimentos a escala mundial, outros para definir ambientes de sedimentação. Por isso, eles foram classificados em dois tipos, de acordo com a sua importância geológica:

Fósseis de idade: Quanto menor tiver sido o tempo em que uma dada espécie existiu, mais fácil se torna definir a idade dos sedimentos onde está incorporada. Assim, os melhores fósseis de idade são aqueles que resultam de organismos que viveram durante um curto período da história da Terra. O facto de uma dada espécie ter existido num curto período de tempo permite datá-la com uma certa precisão e consequentemente os sedimentos onde ficou preservada. São por este motivo chamados fósseis de idade. Portanto, se uma espécie existiu apenas num período de um milhão de anos, sabemos que os sedimentos onde esses fósseis foram preservados também tiveram que ter sido formados nesse mesmo período de tempo.

Fósseis de fácies: Actualmente, cada espécie tem o seu habitat. Como é o caso dos peixes que só vivem em água embora os e água doce tenham diferentes características dos fósseis de água. Tal como actualmente no passado também existiram espécies com um habitat muito restrito, este tipo de fósseis (que viveram em condições muito restritas) caracterizam muito bem as condições ambientais em que os sedimentos se formaram. Por outro lado, os fósseis de organismos que viveram em condições ambientais muito latas (viveram por exemplo, em ambientes quentes e em ambientes frios), não servem para caracterizar o ambiente em que o sedimento se formou. Por este motivo não são bons fósseis de fáceis.

Princípios estratigráficos

Princípio da sobreposição

Segundo este princípio, os sedimentos mais antigos tem que ficar por baixo dos mais recentes. Assim, numa série normal, qualquer camada é mais moderna do que a que lhe serve de base e mais antiga do que a que lhe fica por cima. Este princípio não se aplica a camadas que estejam deformadas ou invertidas, pois essa deformação deu-se posteriormente à sua formação.
Existem algumas excepções a este princípio. As rochas sedimentares podem sofrer processos de erosão, dobramento e intrusão, que não vão respeitar este princípio.

Princípio da continuidade

Em diferentes pontos da Terra pode haver a mesma sequência estratigráfica, mesmo faltando um elemento tem a mesma idade, ou seja, é a correlação entre estratos distanciados lateralmente.

Princípio da identidade paleontológica

A atribuição de uma idade relativa a um estrato (ou a um conjunto de estratos) e a comparação de ambientes de sedimentação só se tornou possível a partir do século XIX, quando William Smith enunciou o princípio da identidade paleontológica, onde mencionava “se os estratos possuírem os mesmos fósseis, então formaram-se mais ou menos ao mesmo tempo e em áreas com ambientes semelhantes”.
É com base neste princípio que se procura estudar aprofundada mente a história da Terra.


Princípio da intersecção e principio da inclusão

Sempre que uma estrutura é intersectada por outra a que intersecta é mais recente. O estrato que apresenta a inclusão é mais recente que os fragmentos do estrato incluído.

Princípio da horizontalidade


Os sedimentos depositam-se em camadas horizontais, pelo que, qualquer fenómeno que altere essa horizontalidade é sempre posterior à sedimentação.

Princípio das causas actuais


As causas que provocaram determinados fenómenos são idênticas às que provocaram os mesmos fenómenos no presente.


Grupos de fósseis

Esponjas - animais aquáticos com esqueletos de calcite ou de sílica, as suas formas lembram mais as plantas que os animais. Nível: Câmbrico – actualidade

Corais – com formas muito variáveis e esqueleto calcário, formam recifes em águas marinhas tropicais. Nível: Ordovícico - actualidade


Braquiópodes - animais marinhos, apresentam duas conchas calcárias (ou quitinizadas) assimétricas. Uma delas (valva branquial) apresenta um orifício por onde sai o pedúnculo. Nível: Câmbrico - actualidade

Moluscos - grupo de invertebrados de uma diversidade extraordinária, incluindo poliplacóforos (quítones), gastrópodes (lesmas e caracóis), bivalves e cefalópodes (lulas, polvos, nautilos e fósseis de amonites e belemnites). Quase todos possuem uma concha calcária de carbonato de cálcio (com excepção de alguns gastrópodes - as lesmas - e alguns cefalópodes - os polvos).
O corpo (partes moles) raramente se conserva no processo de fossilização, sendo as conchas o material que geralmente se utiliza na sua classificação.
São marinhos na sua maioria, exceptuando alguns bivalves raros e gastrópodes de água doce, assim como alguns gastrópodes terrestres - os pulmonados (caracóis vulgares).



Bivalves - apresentam duas valvas semelhantes, geralmente dispostas lado a lado (excepto as ostras e os rudistas). São marinhos. Nível: Câmbrico - actualidade

Gastrópodes - possuem uma concha única enrolada em espiral e não compartimentada. São marinhos ou terrestres. Nível: Câmbrico -actualidade.


Nautilóides – moluscos cefalópodes marinhos que possuem conchas calcárias enroladas em espiral ou rectilíneas, divididas em câmaras por tabiques. Os tabiques encontram-se ligados por um sifão. Nível: Câmbrico - actualidade.

Amonóides - moluscos cefalópodes marinhos semelhantes aos Nautilóides, mas cujo sifão tem posição ventral. Os tabiques originam uma estrutura complexa de suturas. Nível: Devónico - Cretácico.


Coleóides - moluscos cefalópodes marinhos que apresentam um rostro calcário robusto em forma de bala. Nível: Jurássico - Cretácico.

Equinodermes - grupo de invertebrados marinhos que possuem, geralmente, um esqueleto dérmico calcário, usualmente com espinhos, conservando-se no registo fóssil com relativa facilidade. Regra geral têm simetria pentarradiada. Os seus representantes actuais mais comuns, são os ouriços-do-mar (equinóides), as estrelas-do-mar (asteróides) e os lírios-do-mar (crinóides).

Crinóides - geralmente conhecidos como Lírios-do-mar, vivem nos fundos marinhos aos quais se fixam por um pé flexível - o pedúnculo. Este dissocia-se após a morte do indivíduo, sendo frequentes os seus restos. É notória a simetria pentarradiada. Nível: Câmbrico - actualidade.

Equinóides - vulgarmente conhecidos como ouriços-do-mar, possuem concha rígida globosa, formada por placas calcárias, coberta por espinhos. Têm cinco partes bem definidas, podendo apresentar simetria bilateral ou pentarradiada. Nível: Ordovícico-actualidade.


terça-feira, 23 de março de 2010

Na Noruega foi encontrado fóssil de réptil marinho gigante



O arquipélago das Ilhas Svalbard é conhecido por albergar, entre outras espécies, ursos e raposas polares. Estas ilhas são banhadas pelo Ocerano Glaciar Ártico, pelo Mar de Barents pelo Mar da Noruega e ainda pelo Mar da Gronelândia e ficam a pouca mais de 550 quilómetros da costa norueguesa. O mar em redor é rico em peixes e, em virtude de haver muito alimento, existem também muitos mamíferos marinhos que não podem ser encontrados noutros lugares.



Como muitas destas ilhas são desabitadas e o clima não favorece muito os trabalhos de campo, pouco foi até agora estudado sobre o que está logo abaixo do seu solo. Mas uma equipa de paleontólogos da Universidade de Oslo, liderada por Jorn Hurum, afirmam ter descoberto o maior fóssil de réptil marinho encontrado até hoje, um verdadeiro monstro com 15 metros de comprimento. Trata-se de um pliossauro com uma idade estimada de 150 milhões de anos. O anterior recorde pertencia a outro pliossauro, com cerca de 12 metros, encontrado na Austrália.


Os trabalhos de remoção do fóssil começaram já no Verão de 2007, mas o clima originou dificuldades que fizeram atrasar os trabalhos durante alguns meses, já que os cuidados para não danificar o pliossauro foram levados ao extremo, sendo muitas vezes utilizadas as mãos como ferramentas.


Nestas ilhas, foram já identificadas mais jazidas de fósseis que se esperam bastante proveitosas. Estima-se existirem mais de quarenta fósseis para escavar nos próximos anos sendo que, enquanto parte da equipa se encontra a trabalhar no laboratório, outra se encontra no local para retirar já outro pliossauro, que se espera também vir a surpreender os interessados e a comunidade cientifica.






Descoberta importante de jazida de fósseis de Dinossaurios



Já não é a primeira vez que a China divulga a descoberta de grandes jazidas de vestígios de dinossáurios. Desta vez foi na província de Shandong, perto da cidade de Zhucheng, onde vivem pouco mais de um milhão de habitantes e onde já no início dos anos sessenta do século XX tinha sido feita outra importante descoberta de uma jazida de fósseis. Nessa altura, foi uma missão de exploração petrolífera que proporcionou o achado. Desta vez, foram os trabalhos preparatórios para a exploração mineral que encontrou os primeiros fósseis e que comunicou a sua descoberta às autoridades.




Na área, que engloba os terrenos em redor de quatro aldeias e onde decorrem as escavações desde Março de 2008, já foi possível encontrar mais de sete milhares de ossadas fósseis em excelentes condições. Neste momento foi necessário fazer uma pausa nas escavações devido aos rigores do Inverno, sendo que se espera reiniciar os trabalhos no mês de Março de 2009.




As expectativas dos investigadores do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia que pertencem à Academia Chinesa de Ciências são muito altas e não põem de parte a hipótese de vir a identificar novas espécies de animais que viveram principalmente no fim do período Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos. O facto de os achados se encontrarem em excelentes condições pode vir a ajudar a perceber melhor os contornos do que levou a extinção em massa dos dinossáurios a nível global.




Os terrenos onde agora decorrem as escavações seriam, na altura em que estes animais morreram, um pântano ou lago rodeado de grandes pastagens, o que justifica o grande número de ossadas encontradas, entre herbívoros e os seus predadores carnívoros. Uma possível justificação para os fósseis estarem tão concentrados pode estar relacionada com uma erupção vulcânica cujo posterior lahar, de resíduos vulcânicos e lama, tenha percorrido uma língua de terra ao longo da qual foi deixando detritos, entre os quais esta extraordinária concentração de ossadas.

Fósseis de 69 espécies são descobertos na Austrália

Na zona de Nullarbor, no sul árido da Austrália, um grupo de investigadores descobriu uma jazida de fósseis distribuída por três grutas. Estes ossos pertencem a animais que viveram entre cerca de 400.000 e 800.000 anos atrás.


Entre eles estão fósseis de 23 espécies de cangurus - 8 delas, totalmente novas para a ciência.
Os pesquisadores disseram à revista científica Nature que encontraram ainda um fóssil completo de Thylacoleo carnifex, um leão marsupial extinto.



Aparentemente, os animais caíram em buracos que se abriram na planície e depois fecharam com o passar dos milénios.
A maioria deles morreu instantaneamente, mas outros chegaram a sobreviver a uma queda de 20 metros e tentaram voltar à superfície caminhando por rochas até pereceram de fome e sede ou por causa dos ferimentos sofridos.
O chefe do estudo, Gavin Prideaux, disse à Nature que o estado de conservação dos fósseis é impressionante.
No total, 69 espécies de vertebrados foram identificadas em três áreas da caverna que os cientistas passaram de chamar Cavernas Thylacoleo.
Há mamíferos, aves e répteis. Os cangurus variam de animais do tamanho de um rato a espécies de até 3 metros.



Solo árido


Pesquisas indicam que o ambiente em Nullarbor era muito semelhante ao de hoje - uma região de solo árido com pouco mais de 200 mm de chuva por ano.
O que mudou significativamente foi a vegetação.
Alguns cientistas acreditam que o principal factor para a extinção de animais de grande porte que habitavam a região foram as mudanças climáticas - com grandes oscilações em temperatura e precipitação.
Mas há uma outra teoria para o fenómeno, ligada à presença humana. Diretamente - por caça, ou indiretamente - por transformação do ambiente através fogos, os seres humanos podem ter provocado a extinção desses animais de grande porte.
A visão dos pesquisadores que descobriram os fósseis se encaixa mais nesta segunda hipótese, rejeitando a primeira, de clima.


"Como estes animais eram bem adaptados ao clima seco, dizer que o clima acabou com eles não é adequado. Estes animais sobreviveram o pior que a natureza podia lançar contra eles", disse à BBC Bert Roberts, co-autor do projeto.


"Se você examinar os últimos quatro ou cinco ciclos glaciais, onde idades do gelo vem e vão, os animais certamente sofreram mas não se extinguiram - eles sofreram mas sobreviveram", afirmou o cientista, da Universidade de Wollongong.




segunda-feira, 22 de março de 2010

Alterações climáticas: desastres naturais vão afectar 325 milhões de pessoas em 2015





Os desastres naturais relacionados com as alterações climáticas vão afectar em 2015 cerca de 325 milhões de pessoas, um aumento de 40 por cento em relação às que são afectadas actualmente, segundo dados da Oxfam, uma organização não governamental.
"O até agora inexorável avanço do aquecimento global e a má gestão do meio ambiente vão provocar uma proliferação de secas, desabamentos de terras, inundações e outras catástrofes, que darão lugar, em 2015, a um nível sem precedentes de necessidades humanitárias", afirmou a Oxfam, instituição de luta contra a pobreza, em comunicado emitido na terça-feira. A Oxfam considera que este avanço das alterações climáticas provoca por ano desastres naturais que afectam actualmente 230 milhões de pessoas em todo o mundo. A organização destacou ainda que a União Europeia (UE) tem um programa para prestar ajuda humanitária às vítimas dos desastres naturais, sobretudo às populações vulneráveis dos países em desenvolvimento.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O que nos dizem as rochas algarvias?

Geóloga de Lagos estuda “pedras” com milhões de anos para evidenciar “falhas” do passado e presente.
Há cerca de 65 milhões de anos, o Algarve foi palco de um gigantesco fenómeno natural que terá modificado a linha de costa. A geóloga Beatriz Oliveira, que recentemente lançou o Roteiro Paleontológico da Praia de Porto de Mós, em Lagos, explica que se terá tratado de uma subida súbita do nível do mar ou de um grande movimento das placas tectónicas. Após a “leitura” das rochas, que é a única maneira de sabermos o que se passou num passado longínquo, Beatriz Oliveira lança um aviso para o futuro: a verdadeira ameaça hoje em dia não é a natureza, mas sim a ocupação humana nas zonas de risco.
As rochas são como um livro para os geólogos. “Contam o que se passou há milhões de anos e são a única fonte fiel e credível que temos para estudar o que aconteceu no passado”, adianta Beatriz Oliveira.
A geóloga, que está ligada ao Centro de Ciência Viva de Lagos, lançou recentemente, com o apoio da autarquia lacobrigense, o Roteiro Paleontológico da Praia de Porto de Mós, um dos locais mais emblemáticos do concelho.
“Trata-se de uma praia que é um excelente mostruário do ponto de vista geológico”, revela a especialista, frisando que aqui se encontram rochas de diversos períodos da história da Terra, remontando as mais antigas a 250 milhões de anos!
Além disso, Beatriz Oliveira salienta que naquele local “é possível encontrar exemplos de falhas que deslocam as camadas de tal forma que rochas mais antigas (Cretácico) estão ao lado de rochas mais recentes (Miocénico)”.
A única forma disto ter acontecido, adianta a geóloga, é ter sucedido um grande fenómeno natural, que “fez desaparecer vestígios nas rochas relativas a um período de 40 milhões de anos”.
“Trata-se de uma enorme falha geológica que é muito fácil de constatar nas rochas da Praia de Porto de Mós, mas ainda não sabemos ao certo o que se terá passado na realidade”, comenta. Ainda assim, Beatriz Oliveira adianta algumas das teorias que podem explicar esta importante lacuna que terá modificado por completo a paisagem...
O que se terá passado há 65 milhões de anos?
A primeira teoria está relacionada com “uma súbita subida do nível médio do mar”, uma vez que o nível da água controla a evolução do litoral, nomeadamente a situação do avanço ou recuo da linha de costa.
Outra teoria aponta para a ocorrência do fenómeno oposto, ou seja, uma regressão, isto é, o mar pode ter recuado e ter acelerado o processo de erosão.
Existe ainda outra teoria, que defende a possibilidade de ter ocorrido uma subida das rochas, provocado por “um movimento tectónico muito grande, que pode estar relacionado com a deslocação das placas africana e euro-asiática no Cretácico superior (há cerca de 65 milhões de anos) ou até com a deslocação dos próprios continentes”.
Teorias à parte, Beatriz Oliveira realça que a praia de Porto de Mós, bem como muitos outros pontos da costa algarvia, atravessaram, comprovadamente, “fenómenos muito complexos a uma escala temporal na ordem dos milhões de anos”.
Mas será que a costa algarvia ainda está a movimentar-se? A resposta da geóloga é positiva. “A existência desta falha provocou, e continua a provocar, movimentos nas arribas”, sublinha.
As grandes “falhas” do presente
Mas, como se não bastasse a erosão natural, Beatriz Oliveira alerta para os efeitos nefastos da acção humana nas zonas de risco, nomeadamente no topo das arribas, onde já são visíveis diversas fissuras devido à ocupação desregrada.
“Um pouco por todo o barlavento algarvio é possível observar a presença de pequenos leixões (buracos nas rochas) que são a prova de que existe erosão da linha de costa, que também provoca a formação de pequenos algares”, refere.
A geóloga vai mais longe afirmando que a erosão costeira sempre existiu e sempre existirá, “mas só constitui um verdadeiro problema quando existe ocupação da faixa costeira”.
“Infelizmente, existe demasiada pressão em determinadas falésias. A ocupação humana está vulgarizada um pouco por toda a costa, mesmo em zonas de risco muito elevado, o que poderá ter consequências bastante graves no futuro, nomeadamente o risco de derrocada de casas localizadas perto do topo das arribas”, alerta.
Face a esta situação, Beatriz Oliveira adverte que “as arribas não precisam de ajuda do homem para cair”. “A pressão causada pelos fenómenos naturais já provoca muita erosão: força do mar, chuva, vento e a própria vegetação que vai abrindo fendas nas rochas”, evidencia.